Digital Spy
Por Simon Reynolds
“Tudo termina”. Essa é a mensagem divulgada pelo marketing de “Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2”. Fábrica sem fim de uma linha de seqüencias de Hollywood, retocando idéias e exumando franquias adormecidas para arrecadar dólares nas bilheterias, levou uma sensação de novela para a temporada de grandes sucessos. Os tipos de X-Men, Indiana Jones e Homem-Aranha continuam e continuam, mas são os seus sustentadores bravos o suficiente para trazê-los a um fim? Para Harry Potter e a Warner Bros, não há opção de continuar – por agora, tem que ser isso. O romance final de J.K. Rowling “Relíquias da Morte” foi dividido no meio para sua adaptação para a grande tela e, enquanto a “Parte 2” se aproxima, o entusiasmo entre os seguidores fiéis do bruxo está atingindo seu auge.
“Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2” se levanta como um capítulo finalizador espetacular para a saga do bruxo, embalado com seqüências de ação de tirar o fôlego e performances comoventes de Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint. É um encerramento emocional para os fãs do mundo de fantasia de J.K. Rowling, mas também um que é facilmente acessível àqueles que não conhecem seus Trouxas por Murta-que-Geme. A história, adaptada pelo roteirista de longa data de Potter, Steve Kloves, é a mais direta da série, deixando a Harry a tarefa de procurar e destruir as Horcruxes restantes de Voldemort (Ralph Fiennes) para destruir o Lorde das Trevas.
O diretor David Yates lança a ação apressadamente, levando o trio a infiltrar Gringotes e retirar uma Horcruxe. A seqüência é habilmente pontuada com trechos de humor, quando Hermione toma a forma de Belatriz Lestrange (Helena Bonham Carter) para passar os guardas. Esses momentos mais leves misturados são muito necessários enquanto os eventos tornam-se intensos e obscuros quando o Voldemort enfraquecido ergue seu exército para seguir a Hogwarts.
Desde então, é o espírito britânico todos-contra-a-parede com os ataques devastadores trazendo perdas para a icônica escola. Heróis emergem (notavelmente o Neville Longbottom de Matthew Lewis) e rostos familiares comem poeira dentro do espetáculo de tirar o fôlego. É Harry Potter como um filme completo de ação, mas diferentemente da ação entorpecedora da mente de “Transformers”, aqui você se sente totalmente inserido na situação difícil dos protagonistas.
Por meio de montagem de flashback, Yates ilustra a vida de Severo Snape (Alan Rickamn) e inverte sua suposta traição a Alvo Dumbledore (Michael Gambon) em “Enigma do Príncipe”. É uma seqüência chave no filme e, talvez, seja melhor. O relacionamento de Snape com os pais de Harry, Thiago e Lílian Potter, vai sob o microscópio, provendo um caminho para Rickman adicionar camadas de profundidade ao seu personagem. Rickman é excepcional aqui, mas a verdadeira estrela é Radcliffe, carregando o filme nos seus ombros enquanto a narrativa caminha para a sua conclusão. O confronto final de Harry com Voldemort tem ele dando sua melhor performance da série – muito esquecida é a estranheza aparente em “Pedra Filosofal” e “Câmara Secreta”.
“Relíquias da Morte - Parte 2” tropeça de uma certa forma em cenas onde Harry está reunido com Dumbledore (tirada do livro, isso tem que ser anotado). O ritmo se arrasta nesses trechos e a visualização do estado de limbo é um pouco óbvio, mas é um atrapalhar raro em um filme que é envolvido com paixão e uma história estimulante. A mais comentada cena do epílogo, na qual os eventos voltam ao ponto inicial, é um envio lento, mas ainda demonstra a amplitude e profundidade no universo de Rowling. Talvez possa existir novas histórias de Harry Potter um dia, mas quando termina tão perfeitamente, porque arriscar estragar isso com mais?
“Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2” se levanta como um capítulo finalizador espetacular para a saga do bruxo, embalado com seqüências de ação de tirar o fôlego e performances comoventes de Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint. É um encerramento emocional para os fãs do mundo de fantasia de J.K. Rowling, mas também um que é facilmente acessível àqueles que não conhecem seus Trouxas por Murta-que-Geme. A história, adaptada pelo roteirista de longa data de Potter, Steve Kloves, é a mais direta da série, deixando a Harry a tarefa de procurar e destruir as Horcruxes restantes de Voldemort (Ralph Fiennes) para destruir o Lorde das Trevas.
O diretor David Yates lança a ação apressadamente, levando o trio a infiltrar Gringotes e retirar uma Horcruxe. A seqüência é habilmente pontuada com trechos de humor, quando Hermione toma a forma de Belatriz Lestrange (Helena Bonham Carter) para passar os guardas. Esses momentos mais leves misturados são muito necessários enquanto os eventos tornam-se intensos e obscuros quando o Voldemort enfraquecido ergue seu exército para seguir a Hogwarts.
Desde então, é o espírito britânico todos-contra-a-parede com os ataques devastadores trazendo perdas para a icônica escola. Heróis emergem (notavelmente o Neville Longbottom de Matthew Lewis) e rostos familiares comem poeira dentro do espetáculo de tirar o fôlego. É Harry Potter como um filme completo de ação, mas diferentemente da ação entorpecedora da mente de “Transformers”, aqui você se sente totalmente inserido na situação difícil dos protagonistas.
Por meio de montagem de flashback, Yates ilustra a vida de Severo Snape (Alan Rickamn) e inverte sua suposta traição a Alvo Dumbledore (Michael Gambon) em “Enigma do Príncipe”. É uma seqüência chave no filme e, talvez, seja melhor. O relacionamento de Snape com os pais de Harry, Thiago e Lílian Potter, vai sob o microscópio, provendo um caminho para Rickman adicionar camadas de profundidade ao seu personagem. Rickman é excepcional aqui, mas a verdadeira estrela é Radcliffe, carregando o filme nos seus ombros enquanto a narrativa caminha para a sua conclusão. O confronto final de Harry com Voldemort tem ele dando sua melhor performance da série – muito esquecida é a estranheza aparente em “Pedra Filosofal” e “Câmara Secreta”.
“Relíquias da Morte - Parte 2” tropeça de uma certa forma em cenas onde Harry está reunido com Dumbledore (tirada do livro, isso tem que ser anotado). O ritmo se arrasta nesses trechos e a visualização do estado de limbo é um pouco óbvio, mas é um atrapalhar raro em um filme que é envolvido com paixão e uma história estimulante. A mais comentada cena do epílogo, na qual os eventos voltam ao ponto inicial, é um envio lento, mas ainda demonstra a amplitude e profundidade no universo de Rowling. Talvez possa existir novas histórias de Harry Potter um dia, mas quando termina tão perfeitamente, porque arriscar estragar isso com mais?
Rupert Grint Press
Por Ice Cream Man
Normalmente não choro no cinema. Em "Harry Potter e as Relíquas da Morte - Parte 2", as lágrimas chegaram em apenas 10 minutos depois que o filme começou. E elas só pararam depois que os créditos terminaram.
"Harry Potter e as Relíquas da Morte - Parte 2" é o final maravilhoso para a história maravilhosa.
O filme começa meio abruptamente e a plateia já está imediatamente no meio dos acontecimentos de Harry, Rony e Hermione conhecendo sobre núcleos de varinhas e planejando uma viagem a Gringotes. Os acontecimentos que levam à Batalha de Hogwarts são narrados de um jeito rápido, mas entendível, e a maior parte do filme se passa na própria batalha, com os pequenos momentos (visões de Harry, momentos entre os personagens, memórias de Snape) interrompendo-a. A história é muito próxima ao livro, e as maiores mudanças são as cenas criadas da Câmara Secreta e a ausência do passado de Dumbledore.
É difícil escolher destaques quando existem tantos, mas Helena Bonham Carter personificando Hermione é definitivamente um deles, já que ela faz os movimentos do olhar bem a la Hermione; e em outras cenas você a vê como a magnífica e desagrafável Belatriz. A história de Snape é contada de maneira poética e triste, e Alan Rickman dá - como Dan disse muito bem - a melhor atuação de sua carreira. Ralph Fiennes foi maravilhoso, já que é possível ver através da batalha que seu poder está acabando a cada Horcrux que é destruída e ele fica cada vez mais desesperado. Maggie Smith está de volta como uma poderosa e violenta McGonagall, que comanda a escola depois que Snape foge, que também tem momentos adoravelmente engraçados.
Dos mais jovens atores, um grande crédito vai para Matt Lewis, que teve diversas cenas maravilhosas para provar que tipo de SuperNeville ele se tornou.
Agora sobre Rupert. Rupert continua com a atuação maravilhosa de, bem, todos os filmes anteriores. De aparência elegante com os cabelos longos e uma barba em Gringotes, ele permanece como a voz da razão, dizendo a Hermione "Você é que é a brilhante" quando eles tentam achar uma maneira de sair. Um grande momento de provocação para os fãs é a cena em que eles tiram a roupa e se vestem depois de descerem do dragão - especialmente pela mexida de quadril de Rupert quando ele está tirando seu suéter.
Rony e Hermione agem como par durante o filme, reagindo um ao outro e dando um ao outro ideias e ajudando um ao outro durante a batalha. O beijo foi doce e muito conveniente, e seguiu mais cenas de casal ("Está é a minha namorada!!!", depois que Goyle ataca Hermione).
A cena mais carregada de emoção para Rony é obviamente a de Fred. Mesmo que não o vemos morrer como no livro, o momento em que Rony entra no Salão Principal e vê sua família choramingando é absolutamente de partir o coração, e Rony soluçando sobre o corpo de Fred é muito diferente do que vimos de Rupert até agora.
Para alguém que sabe muito bem os filmes anteriores, "Relíquias da Morte 2" tem alguns momentos que vai fazer sua espinha tremer porque eles lembram a você de todas as aventuras anteriores: Olivaras lembrando a Harry que "A varinha escolhe o bruxo, Sr. Potter"; McGongall dizendo a Neville para usar a "afinidade para pirotecnia" de Simas na Batalha; Diabretes da Cornualha aparecendo na Sala Precisa; Neville quase canalizando o "aqueles que nos amam nunca nos deixam de verdade", de Sirius; a conhecida música que toca quando Harry, Rony e Hermione reaparecem em Hogwarts para a animação da Armada de Dumbledore; Harry mudando a Penseira do lugar de onde ficou em Cálice de Fogo para onde apareceu em Enigma do Príncipe; a Ordem da Fênix chegando a Hogwarts; os flashbacks que Harry tem e as cenas das lembranças de Snape... e, é claro, a volta de tantos personagens dos filmes anteriores. Fãs viciados também perceberão pequenos detalhes, como as estátuas de pedra liberadas pela Professora McGonagall, que carregam escudos com os animais das quatro casas, unidos contra os seguidores de Voldemort.
Com a informação faltante sobre o passado de Dumbledore e a explicação rápida sobre a mudança de dono da Varinha das Varinhas, algumas coisas devem ficar difíceis de compreender para pessoas que não leram os livros, mas para todo fã de Harry Potter o filme carrega muitos detalhes maravilhosos e grandes cenas com atuações absolutamente magníficas de todos que fazem deste um final maravilhoso.
Quanto ao epílogo... um adorável e ótimo final, com a tomada perfeita e a música perfeita para o fim da série.
"Harry Potter e as Relíquas da Morte - Parte 2" é o final maravilhoso para a história maravilhosa.
O filme começa meio abruptamente e a plateia já está imediatamente no meio dos acontecimentos de Harry, Rony e Hermione conhecendo sobre núcleos de varinhas e planejando uma viagem a Gringotes. Os acontecimentos que levam à Batalha de Hogwarts são narrados de um jeito rápido, mas entendível, e a maior parte do filme se passa na própria batalha, com os pequenos momentos (visões de Harry, momentos entre os personagens, memórias de Snape) interrompendo-a. A história é muito próxima ao livro, e as maiores mudanças são as cenas criadas da Câmara Secreta e a ausência do passado de Dumbledore.
É difícil escolher destaques quando existem tantos, mas Helena Bonham Carter personificando Hermione é definitivamente um deles, já que ela faz os movimentos do olhar bem a la Hermione; e em outras cenas você a vê como a magnífica e desagrafável Belatriz. A história de Snape é contada de maneira poética e triste, e Alan Rickman dá - como Dan disse muito bem - a melhor atuação de sua carreira. Ralph Fiennes foi maravilhoso, já que é possível ver através da batalha que seu poder está acabando a cada Horcrux que é destruída e ele fica cada vez mais desesperado. Maggie Smith está de volta como uma poderosa e violenta McGonagall, que comanda a escola depois que Snape foge, que também tem momentos adoravelmente engraçados.
Dos mais jovens atores, um grande crédito vai para Matt Lewis, que teve diversas cenas maravilhosas para provar que tipo de SuperNeville ele se tornou.
Agora sobre Rupert. Rupert continua com a atuação maravilhosa de, bem, todos os filmes anteriores. De aparência elegante com os cabelos longos e uma barba em Gringotes, ele permanece como a voz da razão, dizendo a Hermione "Você é que é a brilhante" quando eles tentam achar uma maneira de sair. Um grande momento de provocação para os fãs é a cena em que eles tiram a roupa e se vestem depois de descerem do dragão - especialmente pela mexida de quadril de Rupert quando ele está tirando seu suéter.
Rony e Hermione agem como par durante o filme, reagindo um ao outro e dando um ao outro ideias e ajudando um ao outro durante a batalha. O beijo foi doce e muito conveniente, e seguiu mais cenas de casal ("Está é a minha namorada!!!", depois que Goyle ataca Hermione).
A cena mais carregada de emoção para Rony é obviamente a de Fred. Mesmo que não o vemos morrer como no livro, o momento em que Rony entra no Salão Principal e vê sua família choramingando é absolutamente de partir o coração, e Rony soluçando sobre o corpo de Fred é muito diferente do que vimos de Rupert até agora.
Para alguém que sabe muito bem os filmes anteriores, "Relíquias da Morte 2" tem alguns momentos que vai fazer sua espinha tremer porque eles lembram a você de todas as aventuras anteriores: Olivaras lembrando a Harry que "A varinha escolhe o bruxo, Sr. Potter"; McGongall dizendo a Neville para usar a "afinidade para pirotecnia" de Simas na Batalha; Diabretes da Cornualha aparecendo na Sala Precisa; Neville quase canalizando o "aqueles que nos amam nunca nos deixam de verdade", de Sirius; a conhecida música que toca quando Harry, Rony e Hermione reaparecem em Hogwarts para a animação da Armada de Dumbledore; Harry mudando a Penseira do lugar de onde ficou em Cálice de Fogo para onde apareceu em Enigma do Príncipe; a Ordem da Fênix chegando a Hogwarts; os flashbacks que Harry tem e as cenas das lembranças de Snape... e, é claro, a volta de tantos personagens dos filmes anteriores. Fãs viciados também perceberão pequenos detalhes, como as estátuas de pedra liberadas pela Professora McGonagall, que carregam escudos com os animais das quatro casas, unidos contra os seguidores de Voldemort.
Com a informação faltante sobre o passado de Dumbledore e a explicação rápida sobre a mudança de dono da Varinha das Varinhas, algumas coisas devem ficar difíceis de compreender para pessoas que não leram os livros, mas para todo fã de Harry Potter o filme carrega muitos detalhes maravilhosos e grandes cenas com atuações absolutamente magníficas de todos que fazem deste um final maravilhoso.
Quanto ao epílogo... um adorável e ótimo final, com a tomada perfeita e a música perfeita para o fim da série.
Omelete
Por Érico Borgo
A divisão de Harry Potter e as Relíquias da Morte em duas partes deu ao primeiro filme um ritmo nada usual (e louvável) em filmes de grande orçamento. A excepcional Parte I entregou a ação para Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2 de forma acelerada, tornando o último longa-metragem que adapta a série literária também diferente em estrutura. Trata-se, afinal, de uma longa catarse fragmentada por momentos de respiro.
São várias cenas de ação separadas pelos momentos de drama pessoal de Harry Potter (Daniel Radcliffe, em seu melhor momento), que precisa lidar com a consciência de que seu levante contra as forças de Voldemort (Ralph Fiennes) está matando seus amigos. Para cada vitória, cada Horcrux encontrada e eliminada, ele se despede de um aliado. Tais momentos são verdadeiros em emoção - funcionam para o fã (ouviam-se soluços na exibição a cada instante desses), mas também ao "trouxa" - e são bem-sucedidos ao explorar ótimos personagens esquecidos dos filmes anteriores. A Professora McGonagall (Maggie Smith), por exemplo, tão importante nos primeiros filmes e relevada aos bastidores nos mais recentes, assume posição de destaque, assim como Neville Longbottom (Matthew Lewis), o professor Flitwick (Warwick Davis) e tantos outros.
A primeira metade do filme, conduzida com esmero por David Yates, é irretocável. Desde a invasão do Banco de Gringotes, em que a representação do dragão é inspiradíssima (uma verdadeira aula de como se contar uma história através dos detalhes), até a mobilização da defesa da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Nela, estudantes e professores se estruturam em determinada expectativa pelo ataque dos exércitos de Voldemort, que atacam em sequências de batalha muitas vezes violentas e sem receio de mostrar cadáveres e sangue (tanto que por pouco a classificação etária do filme no Brasil não subiu para 14 anos). Tudo em um ótimo, ainda que convertido, 3-D estereoscópico que trabalha muito bem a ambientação e os momentos de deslumbramento.
Até aí, tudo perfeito. O grande desfecho, porém, desmorona perante a imaginação do leitor. Cenas importantes, como a morte de Belatriz Lestrange (Helena Bonham Carter), estão entre as piores. Essa, especificamente, entra sem qualquer antecipação dramática e perde-se assim um dos grandes (e mais aguardados) momentos da saga. Outra que pareceu apressadíssima é a volta de Harry Potter, que rola do colo de Hagrid (que estava onde mesmo?) em uma cena quase inadvertidamente cômica. Com o discurso de Neville acontecendo simultaneamente, escapa aos realizadores uma bela oportunidade de criar uma elipse ali, remover alguns embates vazios que ocorrem a seguir, e trazer o final ao momento que parecia pronto para recebê-lo.
Assim, o final é falho justamente ao não se permitir, como todos os longas anteriores fizeram, desvios em relação à obra original. Não é tudo que funciona nas páginas que fica ideal nas telas, especialmente neste momento climático. A adaptação erra ao não usar a antecipação dos fatos conhecidos do livro corretamente. Se quase toda a audiência já sabe o que virá a seguir (um sujeito perto de mim no cinema recitava as falas), por que não alterar seu caminho para ampliar a surpresa, o drama e seu desfecho?
Ao fã que já vai ao cinema esperando o jogo ganho (em nota pessoal, o que mais recebo são e-mails de leitores exigindo nota máxima antes de sequer assistir ao filme), Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte II deve, claro, funcionar a contento. Nada mais justo, afinal trata-se de uma das séries mais respeitosas a seu material original, que ao mesmo tempo buscou inovar com cineastas diferentes e apresentar ao grande público visões distintas de uma história. Mas se a série literária teve como grande contribuição o despertar de toda uma geração pela leitura e até a criação de suas próprias histórias (Harry Potter é campeã online de fanfics), que os filmes - seus erros e acertos - também tenham seu papel como formadores e sirvam como oportunidade para o público refinar o olhar, de refletir sobre aquilo que está consumindo.
São várias cenas de ação separadas pelos momentos de drama pessoal de Harry Potter (Daniel Radcliffe, em seu melhor momento), que precisa lidar com a consciência de que seu levante contra as forças de Voldemort (Ralph Fiennes) está matando seus amigos. Para cada vitória, cada Horcrux encontrada e eliminada, ele se despede de um aliado. Tais momentos são verdadeiros em emoção - funcionam para o fã (ouviam-se soluços na exibição a cada instante desses), mas também ao "trouxa" - e são bem-sucedidos ao explorar ótimos personagens esquecidos dos filmes anteriores. A Professora McGonagall (Maggie Smith), por exemplo, tão importante nos primeiros filmes e relevada aos bastidores nos mais recentes, assume posição de destaque, assim como Neville Longbottom (Matthew Lewis), o professor Flitwick (Warwick Davis) e tantos outros.
A primeira metade do filme, conduzida com esmero por David Yates, é irretocável. Desde a invasão do Banco de Gringotes, em que a representação do dragão é inspiradíssima (uma verdadeira aula de como se contar uma história através dos detalhes), até a mobilização da defesa da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Nela, estudantes e professores se estruturam em determinada expectativa pelo ataque dos exércitos de Voldemort, que atacam em sequências de batalha muitas vezes violentas e sem receio de mostrar cadáveres e sangue (tanto que por pouco a classificação etária do filme no Brasil não subiu para 14 anos). Tudo em um ótimo, ainda que convertido, 3-D estereoscópico que trabalha muito bem a ambientação e os momentos de deslumbramento.
Até aí, tudo perfeito. O grande desfecho, porém, desmorona perante a imaginação do leitor. Cenas importantes, como a morte de Belatriz Lestrange (Helena Bonham Carter), estão entre as piores. Essa, especificamente, entra sem qualquer antecipação dramática e perde-se assim um dos grandes (e mais aguardados) momentos da saga. Outra que pareceu apressadíssima é a volta de Harry Potter, que rola do colo de Hagrid (que estava onde mesmo?) em uma cena quase inadvertidamente cômica. Com o discurso de Neville acontecendo simultaneamente, escapa aos realizadores uma bela oportunidade de criar uma elipse ali, remover alguns embates vazios que ocorrem a seguir, e trazer o final ao momento que parecia pronto para recebê-lo.
Assim, o final é falho justamente ao não se permitir, como todos os longas anteriores fizeram, desvios em relação à obra original. Não é tudo que funciona nas páginas que fica ideal nas telas, especialmente neste momento climático. A adaptação erra ao não usar a antecipação dos fatos conhecidos do livro corretamente. Se quase toda a audiência já sabe o que virá a seguir (um sujeito perto de mim no cinema recitava as falas), por que não alterar seu caminho para ampliar a surpresa, o drama e seu desfecho?
Ao fã que já vai ao cinema esperando o jogo ganho (em nota pessoal, o que mais recebo são e-mails de leitores exigindo nota máxima antes de sequer assistir ao filme), Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte II deve, claro, funcionar a contento. Nada mais justo, afinal trata-se de uma das séries mais respeitosas a seu material original, que ao mesmo tempo buscou inovar com cineastas diferentes e apresentar ao grande público visões distintas de uma história. Mas se a série literária teve como grande contribuição o despertar de toda uma geração pela leitura e até a criação de suas próprias histórias (Harry Potter é campeã online de fanfics), que os filmes - seus erros e acertos - também tenham seu papel como formadores e sirvam como oportunidade para o público refinar o olhar, de refletir sobre aquilo que está consumindo.
Portal IG
Por Nathalia Ilovatte
Depois de dez anos, sete sequências e algumas críticas dos fãs da obra original de J.K. Rowling, o desfecho cinematográfico da saga “Harry Potter” poderia desapontar as altas expectativas do público ao mínimo deslize. Mas a conclusão da história do “garoto que viveu” surpreende positivamente, comove, entristece e tira o fôlego.
A parte 2 de “Harry Potter e as Relíquias da Morte” começa com gosto de final trágico. A cena de Voldemort encontrando a Varinha das Varinhas é sucedida por um rasante em Hogwarts acinzentada e sombria, rodeada por comensais da morte, em uma cena embalada por uma canção semelhante a um lamento. Em um dos primeiros diálogos, quando Harry pergunta ao duende Grampo como ele está e ouve em resposta apenas um nada apaziguador “Vivo”, é dado o tom de todo o filme.
Harry, Hermione e Ron precisam encontrar as demais horcruxes – que eles não sabem onde estão – e descobrir como destruí-las para que, então Harry possa derrotar Voldemort. Mas, até que todos os feitos sejam concretizados, com êxito ou não, outros pequenos desfechos acontecem, e alguns pontos desamarrados são explicados.
Por que Severo Snape traiu Alvo Dumbledore e quem estaria por trás de pequenos auxílios como o aparecimento da espada de Grifinória são algumas das questões que ficaram em aberto nos últimos filmes, e elas são explicadas de maneira plausível e surpreendente na adaptação cinematográfica.
Além disso, alguns romances entre alunos de Hogwarts que estavam no ar há tempos finalmente passam do âmbito platônico para a realidade. São esses momentos de beijos e reencontros que dão leveza a um filme com cenas de devastação, mortes trágicas e personagens importantes feridos. O diretor David Yates não teve a menor intenção de poupar os fãs, e as cenas conseqüentes aos conflitos são dramáticas, pesadas e prometem arrancar muitas lágrimas dos espectadores.
Os efeitos especiais de “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” também impressionam. Além dos ataques a Hogwarts serem produzidos com uma precisão capaz de chocar quem acompanha a série desde o início, por mostrar a escola desmoronando pouco a pouco na batalha final, algumas cenas menos importantes receberam a mesma atenção dos produtores. O vôo desajeitado do dragão que guardava os cofres de Gringotes ao ser libertado dá a impressão de que, de fato, eventualmente alguns dragões ucranianos saem cambaleando por entre prédios na vida real.
Na última parte de “Harry Potter”, todos os personagens chegam ao próprio ápice. Até os meio desacreditados, como Neville Longbottom, o garoto assustado e desmemoriado, têm o momento de brilhar com atitudes grandiosas e definitivas. Cada um dos alunos de Hogwarts, professores e pais, mesmo aqueles que pareciam ter se perdido pelo caminho, acabam se tornando fundamentais para que a saga do bruxo Harry Potter tenha seu desfecho. E, a partir de 15 de julho, vão deixar saudade.
A parte 2 de “Harry Potter e as Relíquias da Morte” começa com gosto de final trágico. A cena de Voldemort encontrando a Varinha das Varinhas é sucedida por um rasante em Hogwarts acinzentada e sombria, rodeada por comensais da morte, em uma cena embalada por uma canção semelhante a um lamento. Em um dos primeiros diálogos, quando Harry pergunta ao duende Grampo como ele está e ouve em resposta apenas um nada apaziguador “Vivo”, é dado o tom de todo o filme.
Harry, Hermione e Ron precisam encontrar as demais horcruxes – que eles não sabem onde estão – e descobrir como destruí-las para que, então Harry possa derrotar Voldemort. Mas, até que todos os feitos sejam concretizados, com êxito ou não, outros pequenos desfechos acontecem, e alguns pontos desamarrados são explicados.
Por que Severo Snape traiu Alvo Dumbledore e quem estaria por trás de pequenos auxílios como o aparecimento da espada de Grifinória são algumas das questões que ficaram em aberto nos últimos filmes, e elas são explicadas de maneira plausível e surpreendente na adaptação cinematográfica.
Além disso, alguns romances entre alunos de Hogwarts que estavam no ar há tempos finalmente passam do âmbito platônico para a realidade. São esses momentos de beijos e reencontros que dão leveza a um filme com cenas de devastação, mortes trágicas e personagens importantes feridos. O diretor David Yates não teve a menor intenção de poupar os fãs, e as cenas conseqüentes aos conflitos são dramáticas, pesadas e prometem arrancar muitas lágrimas dos espectadores.
Os efeitos especiais de “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” também impressionam. Além dos ataques a Hogwarts serem produzidos com uma precisão capaz de chocar quem acompanha a série desde o início, por mostrar a escola desmoronando pouco a pouco na batalha final, algumas cenas menos importantes receberam a mesma atenção dos produtores. O vôo desajeitado do dragão que guardava os cofres de Gringotes ao ser libertado dá a impressão de que, de fato, eventualmente alguns dragões ucranianos saem cambaleando por entre prédios na vida real.
Na última parte de “Harry Potter”, todos os personagens chegam ao próprio ápice. Até os meio desacreditados, como Neville Longbottom, o garoto assustado e desmemoriado, têm o momento de brilhar com atitudes grandiosas e definitivas. Cada um dos alunos de Hogwarts, professores e pais, mesmo aqueles que pareciam ter se perdido pelo caminho, acabam se tornando fundamentais para que a saga do bruxo Harry Potter tenha seu desfecho. E, a partir de 15 de julho, vão deixar saudade.
Muito Obrigado, Scar Potter.
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