sexta-feira, 8 de julho de 2011

Mais críticas de HP7 Parte 2. (3)

Portal Terra
Danilo Saraiva

Eles não estavam errados quando no trailer anunciaram que o último capítulo da saga de Harry Potter é o evento mais esperado de toda uma geração. US$ 6,3 bilhões arrecadados em filmes da franquia e mais de 400 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo,é seguro afirmar que Harry Potter não é apenas um best-seller fabricado, mas um best-seller fabricado que conseguiu se manter a ponto de tornar-se a principal inspiração de uma banal cultura pop que viria bem depois.

Por melhor que uma ação de marketing seja não é possível manter a popularidade de uma saga por tanto tempo. Crepúsculo, Percy Jackson e Crônicas de Nárnia estão aí para testar esta teoria. Harry sobreviveu porque contava com apoio: da autora, que não deixou sua obra cair em mãos erradas, do capitalismo desenfreado e de uma base de fãs que sente por Harry um amor que ultrapassa as páginas de um livro, as telas de cinema e toca por razões distintas. Sim, não é exagero dizer que a saga de Harry difere pouco de outras histórias que aprendemos a amar e odiar ao longo dos anos: a Bíblia, contos de fadas, folclores, mitologia. Há uma clara moral cristã em Harry Potter. Nem por isso ela deixa de ser brilhante. E é neste capítulo final da saga, que chega aos cinemas mundiais na próxima sexta-feira (15), que tomamos dimensão disso.

Com grande vigor, o literalmente fantástico elenco da franquia se reúne para uma despedida mútua: de Harry para os fãs, dos fãs para Harry. E mesmo com o lançamento do último livro, em 2007, e com quase todo mundo sabendo em detalhes tudo o que vai acontecer, é transportado nas telas de cinema que o choque se faz. Sabendo disso - e deste potencial todo -, o diretor David Yates prepara o espectador durante toda a projeção para que possamos dizer "adeus", a ponto de tornar a tarefa de assistir ao filme quase angustiante.

O longa começa exatamente aonde parou a primeira parte: com Voldemort (Ralph Fiennes) roubando a Varinha das Varinhas, uma das Relíquias da Morte. Após enterrar o elfo Dobby, Harry (Daniel Radcliffe) reúne os amigos Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson), e, com a ajuda do duende Grampo (Warwick Davies), tenta invadir o banco Gringotes - nenhum bruxo conseguira tal feito até então - afim de encontrar mais uma das horcruxes - fragmentos de alma de Voldemort que precisam ser destruídos para que, enfim, o vilão deixe de ser imortal.

A caça ao tesouro continua e a partir daí, seguem-se cenas de tirar o fôlego, que culminam na inevitável - e trágica - batalha de Hogwarts, momento mais aguardado pelos fãs de carteirinha. Por mais de uma hora, duelos de magia e a guerra entre comensais da morte e seres obscuros contra os fieis seguidores do mago Dumbledore tomam a tela em imagens impressionantes. Percebe-se aqui que, tratando-se de tal saga, não foi preciso se preocupar com orçamento. Uma manobra honesta da Warner para com os fãs e que, provavelmente, tornará este filme ainda mais bem-sucedido do que os outros.

Por conta dos conflitos que o sexto filme da série, Harry Potter e o Enigma do Príncipe, sofreu - acidentes nas filmagens e um roteiro preparado antes do lançamento do último livro nas lojas -, Relíquias da Morte - Parte 2 tem sérios problemas de adaptação. Na falta de explicações deste sexto capítulo cinematográfico, aqui o sol teve que ser tapado com a peneira em vários momentos. A grande solução foi utilizar flashbacks e "charadas" para as explicações que ficaram faltando. Ainda assim, o roteirista Steve Kloves, com todo o apoio da autora J.K. Rowling, preferiu deixar coisas abertas a livres interpretações.

Outro aspecto positivo é que o longa tem os melhores diálogos da saga, o que reflete essa preocupação da Warner em não apenas arrecadar, mas a de entregar um trabalho realmente decente, mesmo esse sendo o último. São nesses pequenos diálogos que se apoiam talentos como Maggie Smith, Helena Bonham Carter e Alan Rickman, que aparecem e desaparecem nas telas com a rapidez de um 'Avada Kedavra', sem que deixem de confiar suas participações a personagens que serão igualmente lembrados no inconsciente coletivo.

Bem perto do adeus, Relíquias da Morte recorre a sentimentalismos piegas para provocar o choro. Tal medida, no entanto, torna-se estritamente necessária quando estamos falando de uma franquia tão consolidada quanto essa.

Dez anos depois de sua estreia em 2001 e mais de 14 anos após o lançamento dos livros, Harry Potter se encerra com a força de um titã. A lembrar que esta foi provavelmente uma das raras vezes que, em uma sessão exclusiva para figurinhas marcadas da imprensa e alguns poucos sortudos, um filme foi aplaudido nos acordes da tradicional música Hedwig´s Theme, de John Williams, que acompanha os créditos. Prova de que até mesmo os céticos críticos se renderam ao universo mágico de Rowling e finalmente reconheceram porque Harry Potter sobreviveu - e continuará sobrevivendo, por muito tempo.


Portal Terra (2)
Por Carol Almeida



É costume, e bastante cômodo para a indústria, associar as palavras "cinema" e "magia". Funciona como slogan, soa bem aos ouvidos e cai como uma luva para todas aquelas produções que, por falta da magia propriamente dita, reclamam para si o mérito abstrato do encanto. De um jeito que a tal publicizada "magia" do cinema terminou sendo maculada muitas vezes por produções pouco... mágicas. Tendo isso dito, é preciso reconhecer que, no caso da saga Harry Potter, "cinema" e "magia" são palavras que dançam uma valsa perfeita, poucas vezes tão bem rimadas e ritmadas por produções de grande porte como essa.

E ainda que a franquia apresente altos e baixos ao longo de sua carreira no cinema, não se pode negar agora, neste momento de despedida, que a série dos jovens magos se encerra provando que, sim, o cinema consegue ser mágico. E isso só acontece quando o feitiço usado não depende exclusivamente de imagens vertiginosas, mas sim de personagens bem construídos e um roteiro que não menospreza a inteligência do espectador.

Com a segunda parte da adaptação do último livro da saga Harry Potter, o que vemos em cena é um filme de porte dramático sólido dentro e fora de sua própria lógica mágica. Em outras palavras, a história funciona tanto para quem conhece os detalhes dos escritos de J. K. Rowling, quanto para quem chega ao cinema desavisado da complexa personalidade de cada personagem e dos 30 milhões de objetos e lugares que pertencem a esse universo.

Portanto, para Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2, esperem por um filme que reúne nele todos os conflitos gradativamente criados ao longo da série, mais especificamente a identidade ambígua de vários personagens centrais à trama, como Snape, Dumbledore, Voldemort e, claro, o próprio Harry Potter. E mesmo para quem desconhece as motivações dos nomes acima citados, fica claro que o forte deste título é lidar com os limites morais dos personagens. E quando isso é bem realizado, funciona tanto em uma produção independente, quanto naquela do combo pipoca-refrigerante-brinde.

O diretor David Yates, comandante da saga no cinema desde Harry Potter e a Ordem da Fênix, segura firme todos os elementos dos capítulos anteriores nesse desfecho em que, para resumir, Harry precisa enfrentar Voldemort em um embate final, ciente de que, para tanto, precisará ele próprio abdicar de algo bastante essencial à toda narrativa.
Yates dá trilha sonora épica e câmera lenta nos momentos épicos, dá silêncio e respiração aos personagens nos momentos dramáticos e coloca a câmera para namorar, em vários e frequentes closes, com seus personagens mais emblemáticos. Abre também espaço para diálogos mais densos - na medida da densidade permissível aos adolescentes - e, ao mesmo tempo, investe pesado em cenas de ação que, não raramente, se tornam soturnas e um tanto melancólicas. Algo que, possivelmente, gerou o imbróglio entre a Warner e a classificação etária do filme no Brasil que até o começo da semana estava em 14 anos e, de última hora, pulou para a bem mais comercial faixa dos 12 anos.

Razões do sucesso
Em linhas gerais, a saga inteira funciona porque trabalha com três personagens carismáticos, genuínos em suas angústias e desejos e, de uma forma até irônica, dialéticos: no raciocínio dos mágicos aprendizes, Ron é a tese do mago cheio de boas intenções, Hermione a antítese que inteligentemente questiona tudo e todos, e Harry a síntese do herói que precisa combater suas próprias dúvidas para ganhar batalhas externas - sim, tal qual um Jesus vencendo a tentação da montanha.

Juntos, eles funcionam como uma legítima Liga da Justiça em fase de crescimento, o que implica uma série de artifícios narrativos que se dão ao luxo de permitir a maturidade e crescimento dos personagens com a parcimônia necessária - não é todo mundo que consegue colocar oito filmes sobre uma mesma história no cinema. Com esse largura de tempo, a saga também funcionou pois, questão de sorte, viu dois jovens atores, Emma Watson e Rupert Grint, amadurecem e se transformarem em potenciais grandes intérpretes.
Em linhas específicas, os filmes Harry Potter dão certo porque 1) foram baseados na literatura bem arquitetada e bem construída de J. K. Rowling - ou como diria Dumbledore neste filme, é na organização das palavras que conseguimos, de fato, criar magia, 2) porque conseguiram sustentar uma grande quantidade de personagens, 3) porque não se intimidaram no orçamento necessário para criar os efeitos especiais que estivessem à altura dos detalhes descritivos dos livros, 4) porque criaram um dos melhores vilões dos últimos tempos - Voldemort vai deixar saudades - e, finalmente, 5) porque se permitiram reunir um elenco nada menos que espetacular.

Atores cujos currículos dispensam grandes apresentações: Ralph Fiennes, Michael Gambon, Alan Rickman, Helena Bonham Carter, Maggie Smith, Gemma Jones, Jim Broadbent e Emma Thompson, só para citar alguns mais premiados e reconhecidos. A pontuar que vários deles, neste último título, sequer ganham um diálogo. E olha que nem se mencionamos aqui outros pequenos "mimos" que a saga já deu aos seus fãs, tais como aquela ilustre apresentação de Jarvis Cocker, do Pulp, em Harry Potter e o Cálice de Fogo.

Reunidos, quase como que magicamente, todos esses elementos estiveram juntos numa saga que, sim, foi comercial do começo ao fim, e sim, muitas vezes emulou uma moral cristã de que o Bem precisa vencer o Mal a qualquer custo - um custo, aliás, que saiu caro neste último filme para alguns personagens. Mas nem por ser comercial ou moralista, a saga deixou de ser menos enfeitiçante na construção de seus personagens. E valores morais à parte, se isso não for a tal "magia do cinema", poucas coisas são.


Revista Recreio 
Por Maria Carolina Cristianini

Levantar da poltrona do cinema ao final de As Relíquias da Morte – Parte 2 não vai ser fácil para nenhum pottermaníaco! É que, além da pontinha de tristeza pelo fim da saga, os primeiros sinais de saudades dão as caras logo que a música final começa a tocar.

Todas essas sensações surgem graças ao clima eletrizante do filme: não faltam explosões, feitiços (alguns apresentados na telona pela primeira vez) e boa parte das explicações para entender os mistérios bruxos.
É claro que o filme não é perfeito e os fãs mais fiéis aos livros de J.K. Rowling vão criticar alguns detalhes – ou a falta deles. Aliás, se você é esse tipo de pottermaníaco, releia os últimos capítulos do livro As Relíquias da Morte antes de ir ao cinema e, no final da sessão, vai perceber que pontos importantes realmente não são mostrados.

Uma dica para comparar filme e livro: procure no sétimo livro pela história da magia que Lílian Potter deixou em Harry na noite em que morreu e a ligação disso com o momento em que o Lorde das Trevas usa o sangue do garoto para retomar a forma humana.

Mesmo assim, sem dúvida, vale a pena se entregar aos últimos momentos antes da batalha final entre Harry e Voldemort. Os rivais dominam as cenas, mas outros personagens dão um toque especial à história. Destaque para uma versão pra lá de corajosa de Neville Longbottom e a participação de tirar o fôlego de Molly Weasley lutando contra Belatriz Lestrange. E tudo isso em 3D!


UOL Entretenimento
Ana Maria Bahiana 

No adeus de Harry Potter, o poder da vida e a magia do cinema

A morte e os mortos tem um papel de destaque no derradeiro Harry Potter, parte II do último livro da saga concebida por J.K.Rowling, Harry Potter e as Reliquias da Morte. É um tema apropriado para o fim de um ciclo, a jornada de mais de uma década de um herói que, com certeza, influenciou e povoou os sonhos de uma geração.

Como algumas gerações anteriores – as que cresceram à sombra do ciclo O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien, obra que com certeza é uma influência no trabalho de Rowling – os contemporâneos da jornada de Harry foram levados a debater a importância das escolhas individuais, o sentido da amizade e da lealdade e, em última análise, a natureza do bem e do mal. Como Frodo em Senhor dos Anéis, Harry não é excepcionalmente forte, inteligente ou poderoso – seu destino foi selado pela mão do acaso, e sua natureza heróica deve ser provada ou rejeitada pelas opções que fará nas encruzilhadas de sua trajetória. E, como ele, seu chamado não é para obter algo, mas para destrui-lo: a recusa de um tipo de poder para que se possa, amplamente, abraçar seu avesso.

Todos esses temas estão expressos e sintetizados em Harry Potter e As Relíquias da Morte – parte II fecho perfeito para o ciclo de oito filmes que, consistentemente, adaptou a obra de Rowling para a tela. Alguns foram melhores que outros, mas mesmo o primeiro, Harry Potter e a Pedra Filosofal, que hoje parece ainda mais tosco, tem o mérito de ter escalado, brilhantemente, o elenco essencial que deu corpo a Harry, Ron, Hermione, seus colegas, adversários e mestres.

Reliquias II pode ser lembrado como um dos melhores. Mais uma vez, fãs do texto de Rowling podem estranhar as simplificações e liberdades que Steve Kloves – roteirista de sete dos oito filmes, escolhido pessoalmente pela autora – tomou com a obra. Mas é sempre bom repetir o mantra: livro é livro, filme é filme.

O essencial – o confronto entre Harry e Voldemort, que é, basicamente, o encontro de Harry com seu destino – precisa ser expressado visualmente dentro de um período limitado de tempo. Imagens e gestos precisam ser conjurados para concretizar o que, na página, são descrições e adjetivos.

Kloves e o diretor David Yates – que se desincumbiu bravamente dos quatro últimos títulos da série – ancoraram o episódio final de Harry Potter numa série de sequências de ação empolgantes, um contraste com o ritmo mais lento da primeira parte: a invasão dos caixas fortes do banco Gringotts, o ataque a Hogwarts, o confronto final entre Harry e Voldemort.

O clima aqui é de urgência e resolução – com um poderoso interlúdio na estação de King’s Cross do metrô de Londres, perfeito em espírito e resolução, que ilustra bem um outro ponte forte da série, a integração excepcional entre desenho de produção, fotografia e efeitos.

Este talvez seja o mais emotivo de todos os Harry Potters, provando o quanto vale a qualidade de um elenco de primeira linha, encabeçado por mestres como Alan Rickman (Severus Snape), Ralph Fiennes (Voldemort) e Michael Gambon (Dumbledore).

E no final, estamos de volta a Hogwarts, encerrando um ciclo e começando outro, como a vida, que se estende sempre além da morte.

Precisava ter sido dividido em duas partes? Provavelmente não. Precisava ser em 3D? A não ser para espectadores que realmente apreciam cobras avançando em sua direção e objetos mágicos voando sobre as poltronas, não faz muita diferença. A magia de Harry Potter é obra de suas ideias e não de seus truques.


G1
Por Gustavo Miller

Longa mostra como produção da série amadureceu em todos os sentidos. 'As relíquias da morte, parte 2', chega aos cinemas em 15 de julho.

Quando a Warner Bros. revelou que “As relíquias da morte”, sétimo e último livro da saga “Harry Potter” seria dividido em dois, logo se pensou que o estúdio buscava faturar ainda mais com sua lucrativa franquia que arrecadou simplesmente US$ 6,4 bilhões pelo planeta. E não era mentira. Mas tal sensação é deixada para trás assim que se assiste à segunda parte do derradeiro filme inspirado na série literária de J.K. Rowling.

“Harry Potter e as relíquias da morte – parte 2”, cuja estreia mundial é 15 de julho, fecha com brilho a história começada no cinema dez anos atrás e mostra que a empresa não poderia ter feito outra opção melhor a não ser dividir o capítulo final em dois. Seja para ela ou para os fãs.

É o trabalho mais consistente de todos e mostra como a produção amadureceu em todos os sentidos desde “A pedra filosofal”. É um filme emocionante, assustador, divertido, bonito e, principalmente, muito bem dirigido por David Yates, o responsável pelas quatro últimas adaptações. Na sessão realizada para a imprensa nesta sexta-feira (8) foram muitos os soluços ouvidos ao longo de duas horas.

(Atenção: a partir daqui o texto contém spoilers)
“Relíquias 2” traz o esperado embate final entre Harry (Daniel Radcliffe) e Lorde Voldemort (Ralph Fiennes), o bruxo das trevas. Mais uma vez com a ajuda de Hermione (Emma Watson) e Ron (Rupert Grint), ele precisa encontrar e destruir as horcruxes que contêm a alma de Voldemort e o tornam imortal. Harry tem o dom de ouvi-las, mas a última é um quebra-cabeça e está guardada dentro de Hogwarts, agora sob a batuta - ou varinha - de Snape (Alan Rickman).

É na escola, aliás, que é retratado o campo de batalha a partir do retorno do trio após meses de ausência. Os professores e os alunos precisam escolhem o lado em que ficarão e se, afinal, vale a pena lutar ou não pelo futuro. Os embates em alguns momentos são violentos e há vários mortos expostos, o que fez a censura do filme ser classificada para 14 anos - antes da sessão fechada, a Warner comemorou a reclassificação original de 12 anos.

O filme tem diversos destaques. Os efeitos especiais, pela primeira vez em 3D, é um deles, assim como a atuação de alguns personagens secundários. A ação e a narrativa se concentram basicamente em Harry, mas isso não impede que aqueles que ficaram um pouco largados nos filmes passados retornem com brilho - caso da professora McGonagall (Maggie Smith).

Matthew Lewis como Neville Longbottom também é digno de nota. A Warner Bros. trouxe o ator ao Brasil no ano passado para divulgar a primeira parte de “Relíquias”, e dessa vez quem vem é Tom Felton, o vilãozinho Draco Malfoy. Dada a importância de cada personagem nos dois longas, a opção ideal seria a inversa.

Yates tem méritos de apresentar aqui uma história que não deixa perdido aquele espectador que não leu os livros ou que tem dificuldades de juntar as peças após oito filmes. O que são essas horcruxes mesmo? Quem é essa tal Bellatrix Lestrange? Está tudo mastigadinho, mas quem é fã nível hardcore também não irá se decepcionar.

O melhor exemplo vem justamente na parte mais importante do filme, quando Harry (Daniel Radcliffe) colhe uma lágrima de Snape (Alan Rickman) e enxerga o seu passado, literalmente, ao mergulhá-la na penseira. A cena é praticamente um best-of de tudo o que envolve a saga, ao mesmo tempo em que revela o destino de Harry e o porquê de ele ser o escolhido para lutar contra Voldemort.

A filmagem traz narrativas cruzadas que mostram como os pais de Harry, Tiago e Lilian, conheceram-se, e também revela uma faceta até então desconhecida de Snape. Os efeitos e os recursos de flashback e flashforward que se misturam são tão bem gravados que será impossível ler o livro depois e se deparar com tal passagem sem a imagem do filme na cabeça – um mérito e tanto que os longas da série literária conquistaram ao longo dos anos.
 

Muito Obrigado, Scar Potter.

 

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