sexta-feira, 8 de julho de 2011

Enxame de críticas de Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2

Ontem, dia 07/07, foi realizada a Première de Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2, em Londres. Vários atores da saga estavam presentes, tais como: Daniel Radcliffe, Rupert Grint, Emma Watson, Helena Bonham Carter, David Bradley (Filch), Jim Broadbent (Slughorn), Robbie Coltrane (Hagrid), Warwick Davis, Ralph Fiennes, Michael Gambon, George Harris (Kingsley), John Hurt (Olivaras), Jason Isaacs, Matthew Lewis, Evanna Lynch, Helen McCrory (Narcisa), Nick Moran (Scabior), James and Oliver Phelps, Alan Rickman, Timothy Spall (Rabicho), Fiona Shaw (Petúnia), Imelda Staunton (Umbridge), Natalia Tena (Tonks), David Thewlis, Julie Walters, Mark Williams, e Bonnie Wright.

Com isso, inúmeras críticas sobre o filme foram publicadas, em geral falando muito bem sobre o filme mais esperado do ano.

Ps.: As críticas feitas por sites internacionais foram traduzidas pelo site Scar Potter.

  The Telegraph
  Por Philip Womack

A primeira cena do filme começa onde o anterior parou: com uma tomada no rosto sem nariz do lorde das trevas Voldemort (Ralph Fiennes) com triunfo no olhar enquanto rouba a varinha mágica mais poderosa de todas do túmulo do protetor de Harry, Professor Dumbledore (Michael Gambon). Com ela, ele se tornará invencível.

Na próxima cena, vemos Harry Potter (Daniel Radcliffe), Hermione Granger (Emma Watson) e Rony Weasley (Rupert Grint), parecendo incrivelmente vulneráveis e jovens, enquanto lidam com a grande responsabilidade de interromper os planos de Voldemort.

Qual a chance que esses adolescentes têm contra os poderes da escuridão?

Mas este é um filme sobre o triunfo dos fracos, um tema presente em duas das cenas mais memoráveis.

A primeira é uma maravilhosa sequência na qual nossos heróis escapam do cofre do Banco Gringotes nas costas de um dragão muito bem renderizado por CGI. A fera arranca pedaços dos telhados de Londres enquanto investe pela linha aérea da capital até voar livremente.

A segunda, que é sem dúvida o momento mais bonito e importante de toda série, envolve o misterioso Professor Severo Snape (Alan Rickman).

É um episódio raro embelezado pelo sol em um filme caracterizado pela escuridão, no qual conhecemos os segredos de fidelidade do professor.

Harry olha as memórias de Snape e vê sua mãe, Lílian, uma jovem garota, fazendo uma flor florescer em sua mão: as outras crianças a chamam de estranha e fogem. Escondido perto dela está o jovem Snape. Ele anima uma folha e a envia para ela.

Quase nada é dito, mas a verdade e a dor das relações humanas estão aqui expressas com uma ternura elegíaca que traz lágrimas aos olhos

Talvez o maior triunfo do últime filme é a habilidade de superar as deficiências da escrita de J. K. Rowling. No último livro, ela não conseguiu mostrar o sentimento épico necessário; como resultado, no papel, a batalha final de Hogwarts foi sem-graça.

Mas Yates aqui transforma isto em um espetáculo genuinamente aterrorizante, com estudantes ensanguentados lutando desesperadamente contra uma horda gritante de Comensais da Morte.

O próprio castelo de Hogwarts toma vida para se defender (dando a Maggie Smith, a arrumada Professora McGonagall, um alívio cômico quando ela ordena a um exército de cavaleiros de pedra).

Há sagacidade no fracote Neville Longbottom (Matthew David Lewis) que, quase morrendo, aparece com um comentário animado "Ora, isto foi bom", e a atuação esplêndida de Helena Bonham Carter como a bruxa louca Belatriz Lestrange.

Nosso trio principal não decepciona. O antigo Radcliffe se transformou num estoicismo heróico; Watson aprimorou o encanto necessário, olhar aterrorizado, ofegando melhor do que nunca; e até Grint agora consegue ser emotivo e se destaca quando um dos seus irmãos é assassinado.

Isto é cinema monumental, inundado de tons lindos e carregando uma última mensagem que vai ressoar em cada espectador, jovem ou velho: existe escuridão em todos nós, mas podemos superá-la.

Este não é um final. Como poderia ser?

Na última cena, enquanto vemos o filho de Harry indo para Hogwarts, sabemos que, mesmo que não tenha mais livros, esses personagens viverão conosco para sempre.

The Hollywood Reporter
Por Todd McCarthy


Termina bem. Depois de oito filmes em dez anos e uma bilheteria mundial que arrecadou mais de $ 6,3 bilhões, a conclusão de maior sucesso na história do cinema chega a obrigatória - e bastante satisfatória - conclusão em "Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2". Justificado completamente a decisão, que antes pensava-se ser totalmente ambicionada a fins mercenários, de dividir o último livro de J. K. Rowling em duas partes, este prova-se emocionante e, para dizer o mínimo, também mostra ser um final maciço e agitado que irá provocar sensações prazerosas e de fascínio para aqueles que são fãs da série até hoje. Se alguma vez houve uma coisa comercialmente correta, é a despedida do filme.

Realmente, foi uma corrida extraordinária e marcada por um planejamento minucioso, assim como muita boa sorte. Quando alguns flashes rápidos no final lembram o quão incrivelmente jovens Daniel Radcliffe, Rupert Grint e Emma Watson eram quando tudo isso começou, é uma maravilha que todos eles cresceram a ponto de serem tão fisicamente corretos para os papéis e suficientemente talentosos, exatamente como eles são. Com um desfile de atores britânicos que preenchem papéis maravilhosamente vívidos, o elenco foi o mais consistentemente forte de toda a série; notoriamente, um dos atores principais, Richard Harris, morreu durante a trajetória e imediatamente foi substituído por Michael Gambon (mesmo que predomine o sentimento nostálgico de Peter O´Toole não ter sido escalado inicialmente como Dumbledore; será que pensaram que ele não ia viver por muito tempo?).

Depois de Chris Columbus lançar completamente a franquia, todavia com um apelo deslumbrante, o produtor David Heyman escolheu sabiamente Alfonso Cuarón e Mike Newell para dirigirem os dois próximos filmes - os melhores da série sarcasticamente - e então se fixou o diretor David Yates para guiar a longa jornada até o fim. Inicialmente trabalhando no que parecia ser muito simples e rápido, Yates finalmente atribui vida própria a esta última parcela, orquestrando um tabuleiro de xadrez maciço de eventos, em que eles se desenrolam com sutileza e um forte senso de composição dramática, a qual ele outrora havia exibido.

Mas talvez a principal peça esse tempo todo fora o roteirista Steve Kloves, que fez provavelmente uma decisão incômoda de deixar uma carreira promissora como diretor em espera e dedicar-se a uma década de escrita de todos, exceto um, capítulos da saga Potter (embora tenha alegado estar cansado e necessitar de um tempo para si, mais tarde ele lamentou não ter adaptado "Ordem da Fênix"). Astuto que tantos personagens, inclusive os antigos, precisaram ser distribuídos em meio a um campo dramático sem sacrificar um impulso frontal, este capítulo final sugere uma atenção redobrada para equilibrar a narrativa e o requinte. Inferindo, é claro que os cineastas sentiram a responsabilidade de fazer esse trabalho corretamente e, de fato, fizeram.

Evidentemente, “Relíquias da Morte - Parte 2” é completamente baseado no confronto final entre Harry e Voldemort, o confronto final entre o bem e o mal, o clímax de toda a série que almejava um único objetivo durante todo o percurso. Com Voldemort empunhando uma varinha cobiçadíssima com um poder inacreditável, um clarão irrompe e cega a tela antes que o logotipo da Warner Bros. surja, então vê-se que Harry, Rony e Hermione ainda permanecem no vazio e que estão determinados a destruir as quatro horcruxes restantes (todas contendo um fragmento da alma do Lorde das Trevas) e a fazer um acordo desagradável com um duende chamado Grampo (Warwick Davis), afim de arranjar acesso ao cofre do banco de Belatriz Lestrange, onde uma Horcrux pode estar escondida.

O subsequente arrombamento envolve uma charada maravilhosa na qual Hermione se disfarça de Belatriz (trabalho magnífico de Helena Bonham Carter aqui), mas também um passei de montanha-russa que parece um protótipo para uma atração de parque temático. Esta sequência também chama a atenção para o fato de que, depois de um esforço abortado no filme anterior, este é o primeiro filme Harry Potter a ser lançado em 3D. Aqueles puristas provavelmente vão desejar que Warner tivesse deixado quieto o bastante e não adotado o modismo puramente pelos dólares extras, como se ela precisasse deles. Ainda ssim, fora alguns efeitos isolados que parecem mais falsos graças à dimensão extra, o 3D funciona muito bem para a maioria dos efeitos visuais espetaculares, assim como o grande senso de profundidade no qual Yates organiza muitas de suas cenas neste filme.

Conforme Harry e seus amigos convergem em Hogwarts - agora dirigido por Snape como um campo sombrio fascista e vigiado por Comensais da Morte - uma admirável sobriedade melancolia encapa o processo; Aberforth Dumbledore (Ciaran Hinds) detalha aspectos repugnantes da história de sua família e sinais do que está por vir reverberam enquanto Harry e Voldemort cada vez mais partilham suas mentes, enquanto o comitê de recepção de Harry na escola se assemelha a um bando leal de soldados unidos por um último "firme e forte" não-tão promissor. Entre os muitos que foram recentemente poucos vistos, o que mais surpreende é o esquecido Neville Longbottom (Matthew Lewis), enquanto a namorada de Harry, Gina (Bonnie Wright), oferece solidariedade totalmente esperada.

Similarmente marginalizada nos anos recentes, a maravilhosa Minerva McGonagall de Maggie Smith se reafirma para esta última batalha, ajudando a criar um escudo em volta de Hogwarts que vai ao menos atrasar temporariamente o exército de Voldemort, que convergiu para um abismo visando à escola. Enquanto os preparativos são feitos freneticamente para a batalha final, o tempo é mesmo assim encontrado para cruciais narrativas visitando o passado, incluindo um último e particularmente revelador mergulho dentro da penseira para explorar as relações infantis entre Snape, a mãe de Harry e Dumbledore, assim como os assassinatos que começaram isso tudo tantos anos antes.

Até mesmo o duelo final entre os equilibrados Harry e Voldemort tem distintos estágios que revelam camadas finais de informação. E é também agradavelmente tocado com pitadas de humor, levando há 19 anos depois em pós-escrito, que a medida que o círculo se fecha e se re-conecta com a relativa inocência que a série começa, cai perfeitamente certo.

O preenchimento da "Relíquias da Morte - Parte 1" felizmente trás uma coisa do passado, Ron e Hermione emprestam um robusto suporte, mas os encargos da consumação caem diretamente sobre os ombros de Harry e conduzem para apreciar o sucesso de Radcliffe aqui e através da série; não importando quantos equívocos e deficiências tenham existido no passado, ele é Harry, de uma vez por todas, e vai sair com uma nota alta. Um número de mortos ou ausentes personagens fazem breves aparições aqui com a intenção de amarrar as coisas junto, permitindo atores como Gary Oldman, Emma Thompson, Jim Broadbent, Timothy Spall, Miriam Margolyes, Julie Walters e outros a fazerem breves cenas com seus amigos de trabalho.

Tecnicamente, nada falta. A eventual vista de Hogwarts como um ruína desmoronada é surpreendente, a fotografia de Eduardo Serra ultrapassa o que ele realizou da última vez, e alguns dos efeitos de maquiagem de Nick Dudman - especialmente com os duendes e uma espiada surpreendente de um Voldemort fetal - são sensacionais. A trilha de Alexandre Desplat é idiscutível a melhor até agora da série, incorporando um pouco de eco dos temas originais de John Williams enquanto estimula a já aumentada drama deste filme para uma série de tremendo sucesso.

Só o que faltou foi um "Fim" de verdade depois da última cena.


Muito Obrigada, Scar Potter.



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